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Vulcão Villarrica






Nono dia
Quinta feira, 11 de fevereiro de 2010
De Temuco a Villarrica (Chile)
Distância: 100 km


Antes de sairmos da pousada em Temuco, o Jardel nos comunicou que não poderá prosseguir com o grupo, pois recebeu uma mensagem e precisa retornar para o Brasil, problemas de saúde na família.
       O restante do grupo, agora refeito do susto da noite anterior, seguirá em dois subgrupos para Villarrica: o Fernando, o Paulo, o Lebai e o Sérgio vão antes, mais tarde seguem o Fábio e o Thiago. No trajeto de apenas 100 km já é possível avistar o majestoso vulcão Ruccapilán ou Villarrica como é conhecido pelos turistas. Na pequena cidade paramos às margens do lago de mesmo nome e ficamos a contemplar a bela montanha nevada, mais tarde vamos a uma agência de turismo e aventuras para agendar nossa escalada guiada para o outro dia, pagamos 40.000 pesos chilenos, algo em torno de R$ 160,00 por um pacote que nos dá direito a transporte, guias e equipamentos de andinismo além de oito horas de aventura no vulcão. O funcionário da agência recomenda usarmos roupas leves e óculos escuros, levar apenas água e pequenos lanches, essa aventura eu não perco!







Décimo dia
Sexta feira, 12 de fevereiro de 2010
De Villarrica a Pucón e retorno a Villarrica (Chile)
Distância: 60 km
Escalando na neve
Às quatro horas da manhã já estávamos acordados e às 4horas30min tomando café, às cinco horas, conforme combinado, o transporte da agência de aventuras já estava nos levando para Pucón, cidade a 30 km de Villarrica e ponto de partida para acesso ao vulcão. Estávamos eufóricos, iríamos escalar. Passamos antes na sede da agência para pegarmos o equipamento, a cada participante foi entregue uma mochila contendo um par de botas para andar na neve, um par de calças e um casaco, reforçados, um par de luvas, um capacete, grampões para fixar no calçado e um piolet, uma espécie de bengala de alumínio com uma picareta na extremidade (picareta=ferramenta para escavar), também continha um reforço para ser vestido na região glútea e que seria  usado na decida do vulcão. Enquanto vestíamos parte do kit o guia nos passava instruções. Exatamente às sete horas partimos em direção  ao vulcão, rodamos por um trecho de terra até chegarmos a base da montanha, lá, um teleférico era a opção para quem não quisesse gastar energia caminhando até o início da escalada propriamente dita. 
   
 
    Optei pelo teleférico, iniciamos então a escalada, nosso grupo era formado por umas sete pessoas e mais o guia chileno, a sensação de estar pela primeira vez subindo um vulcão nevado era sensacional, pura adrenalina. Foram seis horas de caminhada ladeira acima, sempre respeitando a montanha e as orientações do guia, no meio da tarde, após algumas paradas para descanso e alimentação finalmente alcançamos os 2800 metros do Villarrica, a temperatura nesta altitude era de 5º C negativos, mas a sensação térmica devido aos constantes ventos era de 10º C negativos. A borda da boca fumegante expelia uma fumaça tóxica, disseram que era gás anidrido, difícil de respirar, não foi possível ver a lava, mas só de poder estar bem perto de sua garganta já foi sensacional, a visão panorâmica permitia enxergar outras montanhas e vulcões a dezenas de quilômetros dali, certamente não esquecerei mais este momento!

 









 





















 























  Iniciamos então o retorno, o guia nos passou instruções de como descer a montanha esquiando sobre o próprio corpo, ou seja, através de sulcos na neve era possível escorregar sentado, montanha abaixo, modalidade que aqui eles chamam de “esqui-bunda”, o piolet agora servia como acelerador ou como freio, seria uma ferramenta bem prática se eu não tive acertado a ponta dele na minha boca, deixando um pouco do meu sangue no gelo da montanha. Após duas horas de descida já estávamos junto ao veículo que nos levaria para o hotel em Villarrica. Recomendo esta aventura, principalmente  para quem gosta de um pouco de adrenalina!

Motoviagem ao Chile (1ª parte) Porto Alegre (Brasil) a Mendoza (Argentina)

2ª parte - Mendoza (Argentina) a Viña del Mar (Chile)

3ª parte - Viña de Mar (Chile) a Pucón (Chile)

4ª parte - Pucón (Chile) a Porto Alegre (Brasil)